
Metade
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio, Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca, Porque metade de mim é o que eu grito... Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe Seja linda ainda que triste, Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, Mesmo que distante, Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos,
Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço!
Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada, Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso Que eu me lembro ter dado na infância, Por que metade de mim é a lembrança do que fui A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria Pra me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais, Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço!
Que a arte nos aponte uma resposta, Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar, Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer, Porque metade de mim é platéia E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada... Porque metade de mim é amor! E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio, Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca, Porque metade de mim é o que eu grito... Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe Seja linda ainda que triste, Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, Mesmo que distante, Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos,
Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço!
Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada, Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso Que eu me lembro ter dado na infância, Por que metade de mim é a lembrança do que fui A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria Pra me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais, Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço!
Que a arte nos aponte uma resposta, Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar, Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer, Porque metade de mim é platéia E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada... Porque metade de mim é amor! E a outra metade também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário